quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Irregularidades Prefeito de Nova Lima, Carlos Rodrigues

Mina de denúncias

Prefeito de Nova Lima, Carlos Rodrigues, tem gestão recheada de supostas irregularidades envolvendo desvio de dinheiro público, nepotismo, superfaturamento de obras, e por aí vai. sua última estripulia, foi a tentativa de doar um terreno avaliado em 70 milhões de reais para uma empresa particular

Texto: Janaína Oliveira | Fotos: Alexandre C. Mota


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Mergulhada em denúncias de irregularidades, que incluem desvio de dinheiro público, dispensa indevida de licitação, nepotismo, superfaturamento de obras e até recebimento de propina, a gestão do prefeito de Nova Lima, Carlos Roberto Rodrigues (PT), o professor Carlinhos, não deixará saudade. Desde 2005 à frente da administração municipal, que só em royalties recebe mais de 30 milhões de reais por mês, o político tornou-se alvo de investigação dos mais importantes órgãos de combate à corrupção no país – Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal e Polícia Federal. Carlinhos também ficou conhecido por fazer caridade com o chapéu alheio, sendo o campeão de doações de terrenos de propriedade do município para empresas privadas e construtoras, o que acabou lhe rendendo ação na Justiça por improbidade administrativa.
O pedido de afastamento, feito pelos promotores Ivana Andrade, da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Nova Lima, e Daniel Sá Rodrigues, do Grupo Especial do Patrimônio Público (Gepp), visa dar fim à farra de cortesias e evitar que, no cargo, Carlinhos atrapalhe as investigações. Sua última tentativa de doar uma área do município, em meados de julho deste ano, só foi impedida momentos antes de o projeto de lei ir à votação em reunião extraordinária na Câmara de Vereadores. Ciente da intenção do prefeito de transferir para a desconhecida Aliar Aircrane Serviço Aéreo Ltda um terreno de 360 mil metros quadrados na região do Alphaville, num espaço equivalente a 50 campos de futebol, a promotora conseguiu a suspensão da tramitação do projeto, evitando, aos 48 minutos do segundo tempo, que mais uma empresa privada fosse presenteada com bens públicos.
Analisando os números e os objetivos da transação, o caso parece ainda mais assombroso. O laudo de avaliação apresentado por Carlos Roberto Rodrigues e anexado ao projeto de lei aponta que o valor do terreno é de 45 milhões de reais. A quantia, porém, foi considerada muito abaixo do mercado pelos   promotores. Corretores imobiliários afirmam que a área gigantesca, às margens da BR–040, vale pelo menos 70 milhões de reais, praticamente o dobro. “Estamos analisando as observações da promotoria. Vamos consultar avaliadores externos e tentar adequar os termos, se necessário, para então mandarmos o projeto de volta”, afirma o prefeito.

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